domingo, 28 de outubro de 2007

TGV em Moleanos

Moleanos em força contra o TGV... vejam o seu Blog.

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

TGV - Queremos culpados ou queremos soluções?





Na edição de 18 de Outubro do Região de Cister, deparei-me com um artigo de opinião intitulado "A hora da verdade – TGV". Sendo Beneditense de corpo e alma, e pertencendo a uma das freguesias cujos traçados propostos mais prejudica, bebi cada palavra desse texto na esperança de encontrar algo de novo. Mas tal não aconteceu!


O autor do artigo explica ter estado na mais famosa e concorrida Assembleia Municipal de Alcobaça, a do dia 4 de Novembro, apenas por uma razão: perceber como era possível que a população e os autarcas das freguesias não tivesse tido conhecimento do projecto. Mas, se o autor faz parte de uma Assembleia de Freguesia, é caso para perguntar por que razão não teve ele esse conhecimento? E se o teve, não deveria ter alertado e chamado a atenção, atempadamente, para o facto?

Todo o resto do artigo passa por não indicar soluções mas sim encontrar culpados... CULPADOS! Aliás, o autor pergunta mesmo "Se levarmos com o TGV, «em cima» de quem é a CULPA?" Por tudo o que é dito, é fácil deduzir que a culpa é atribuída à Câmara Municipal de Alcobaça. Deste pressuposto, resta-nos concluir que todas as reclamações que partem de Ota a Pombal deverão ser dirigidas ao culpado: CMA...


No final, remata com a expressão "as pessoas deverão no futuro escolher pessoas mais acordadas para defenderem os seus interesses, talvez por escolher pessoas em vez de partidos". Se o autor foi candidato à Junta de Freguesia de Benedita como independente, por que razão as tais pessoas não o escolheram para defender os seus interesses? Estariam a dormir na altura?

Oito dias passados, outros artigos sobre o TGV fazem parte do Região de Cister, e mais uma vez todos procuram culpados, mais uma vez a Câmara Municipal de Alcobaça é a apontada como conhecedora do projecto TGV há, pelo menos, quatro anos, tendo pois desvalorizado a situação. Talvez tenha sido por isso que as preocupações da oposição à Câmara se tenham virado para a Quinta da Serra. Todos consideraram o negócio ruinoso porque todos conheciam o TGV. O PS apresentou um estudo do consórcio Viaponte, mas a preocupação foi a cláusula J, segundo a qual o município tem de indemnizar o vendedor caso o terreno não seja para instalar a ALE - essa era a real preocupação, não o TGV, e os culpados são???


Em 2005, um dos candidatos à Câmara Municipal afirmou que a Quinta da Serra nunca seria uma ALE, porque o terreno seria atravessado pelo TGV. Pouco depois de perder as eleições, suspendeu o mandato como vereador e rumou para o lado do Governo!!! Então e o TGV??? Quem é o culpado???

Finalmente, na página 10 do Região de Cister há mais um artigo de opinião, no qual o executivo da Câmara Municipal de Alcobaça é apontado por desviar as atenções da população ao não promover um amplo debate sobre o TGV, e ao mobilizar os cidadãos, no período de discussão pública, para reuniões nas freguesias, estimulando-os contra o TGV com dados falsos, uma vez que o estudo da RAVE prevê demolições em apenas cerca de 77 habitações (77 habitações???). A autora, que provavelmente mora em Leiria, e que não conhece a realidade da Benedita, Turquel, Évora, São Vicente, Prazeres, Cós, Alpedriz e Pataias, não só geografica como também populacionalmente, afirma que a maioria PSD na Assembleia Municipal estava completamente envolvida na manifestação de 4 de Novembro, que reuniu mais de 400 pessoas de várias freguesias e de várias ideologias políticas, tendo apenas como ponto comum as suas terras, as suas casas, as suas empresas, as suas famílias.


Este novo artigo de opinião, em sintonia com o anterior, aponta como único e exclusivo culpado dos prejuízos que forem causados às populações de Alcobaça o presidente da Câmara Municipal, e, em sintonia com o artigo de opinião do dia 18, termina afirmado que "o exercício da actividade política é um acto cívico demasiado digno para ser usado com o único propósito de caçar votos" - não acredito que seja plágio!!!


No dia 4 de Novembro, várias pessoas sentiram orgulho em ser da Benedita, orgulho em ser de Turquel, de Évora, de São Vicente, Prazeres, Cós, Alpedriz, Pataias e Alcobaça; orgulho em fazer parte desta gente que se preocupou em levar as suas razões ao poder mais próximo. Todas essas pessoas se orgulharam desse poder, pela forma como entendeu e se colocou totalmente ao seu lado.


Pessoalmente, não me orgulho nada da minoria que apenas procura CULPADOS, não participando, não esclarecendo, não indicando soluções, mas apenas apontando o dedo aos CULPADOS!!!


E o voto vai para...

NC

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Cartaz da sessão de Esclarecimento dia 28 de Outubro

IMPORTANTE

No próximo domingo dia 28 do corrente mês de Outubro vai realizar-se no Salão de Festas dos Moleanos – Prazeres de Aljubarrota (junto á Capela) pelas 14 horas, e no Salão de Festas da Ataíja de Cima pelas 16h e 30 m, uma Sessão de Esclarecimento, sobre a passagem do TGV, nas freguesias de Benedita, Turquel, Évora, Prazeres de Aljubarrota e S. Vicente de Aljubarrota, com a presença dos respectivos Presidentes de Freguesia, acompanhados do Movimento ANTI-TGV.

Para que fique informado, compareça. È obrigatória a sua presença. A LUTA é de todos e todos não somos demais para fazer parar este Monstro.

COMPAREÇA

Cartaz da 1º Manifestação

TGV Nunca no Youtube

http://www.youtube.com/watch?v=ENNlmQHkSNM

terça-feira, 23 de outubro de 2007

Sessão de Esclarecimento

O Movimento Anti TGV no Concelho de Alcobaça informa que dia 28 de Outubro Domingo, no Lugar dos Moleanos pela 14h e no Lugar de Ataija de Cima pelas 16h, irá ser realizada uma sessão de esclarecimento organizada pela população local, onde irão estar presentes, membros do Movimento e Presidentes de Junta das Freguesias afectadas.

domingo, 21 de outubro de 2007

Avaliaçao Impacte ambiental

Avaliação de impacte ambiental
Consulta pública troço Alenquer/Pombal
Esclarecimento


Tendo em conta algumas questões levantadas no âmbito da Consulta
Pública de Avaliação de Impacte Ambiental, a RAVE considera útil o seguinte
esclarecimento, cujo aprofundamento pode ser efectuado nos documentos
referenciados:

Enquadramento

Os estudos de traçado de Alta Velocidade constantes do Estudo
Prévio e do Estudo de Impacte Ambiental (EIA) foram desenvolvidos em estrito
cumprimento das orientações definidas e consolidadas pelos sucessivos
governos, desde 2003, para o plano de Alta de Velocidade, amplamente
divulgadas pela comunicação social e em sessões públicas de apresentação e
discussão (http://www.rave.pt/datas.asp).

Destacam-se, pela sua importância na definição e consecução do
projecto: a Cimeira Ibérica de Novembro de 2003, a Resolução de Conselho de
Ministros RCM 83/2004, de Junho e as apresentações públicas promovidas pelo
MOPTC em Dezembro de 2005 (http://www.rave.pt/orientacoes.asp) e pela RAVE
em Junho de 2007 (http://www.rave.pt/modelo_negocio.asp).

As opções do plano e dos traçados que o materializam foram
acompanhados por estudos multidisciplinares, dos quais se referencia, os que
constam da apresentação do projecto de Alta Velocidade, de Dezembro de 2005.
São também de salientar os Estudos de Viabilidade Técnica da ligação
Lisboa-Porto, iniciados em 2002, que conjuntamente com os anteriores
permitiram estabilizar:

- a velocidade de projecto (300 km/hora);

- o tipo de tráfego (exclusivo de passageiros);

- o tempo de percurso (1h15 entre Lisboa e Porto);

- e as estações intermédias a considerar (Leiria, Coimbra e
Aveiro).

Traçado e integração com a linha do Oeste

Salienta-se que os estudos de viabilidade incidiram sobre
corredores a nascente e a poente da Serra D´Aire e Candeeiros, viabilizando
a localização intermédia em Entroncamento/Tomar ou em Leiria,
respectivamente.

Os corredores a nascente foram abandonados após a decisão de
servir Leiria com uma estação (RCM 83/2004), uma vez que as duas situações
não são compatíveis.
A linha de alta velocidade entre Lisboa e Porto é exclusiva para
o tráfego de passageiros uma vez que a sua entrada em serviço permitirá
libertar a linha do Norte do tráfego de passageiros de longo curso e
portanto disponibilizar capacidade para o transporte de mercadorias.

A intermodalidade e a dinamização da procura entre a rede de
alta velocidade e a rede convencional são situações a promover, conforme
sobressai das Orientações Estratégicas para o Sector Ferroviário, divulgadas
pelo Ministério das Obras Públicas em Setembro de 2006.

No caso particular do troço em avaliação, a nova ligação de alta
velocidade tem já assegurada a viabilidade da articulação com a Linha do
Oeste, numa nova Estação em Leiria, cuja execução é mais favorável se a
alternativa de localização for a poente. A solução a desenvolver depende da
opção de traçado que vier a ser aprovada em sede de avaliação ambiental,
prevendo-se a sua execução contemporânea com a construção da infra-estrutura
de alta velocidade.

Esta situação poderá permitir a revitalização da Linha do Oeste
e um forte apoio à sua modernização.

Impacte ambiental
O reconhecimento das oportunidades e benefícios do projecto em
matéria de mobilidade, ambiente e socioeconómica
(http://www.rave.pt/orientacoes.asp) a par da consciência da inevitabilidade
da ocorrência de impactes negativos em termos locais, levaram à adopção de
uma atitude preventiva de levantamento e caracterização de todas as
condicionantes territoriais ao desenvolvimento dos traçados que permitissem
a consecução do plano, tendo sido consultadas todas as entidades com
jurisdição na área interessada. Do ponto de vista de ordenamento territorial
e ocupação do território foram consultadas, no início do processo em 2004,
todas as Câmaras Municipais com territórios atravessados e coligida toda a
informação disponibilizada, a qual faz parte integrante do EIA em
apreciação.

Esta análise possibilitou a consideração de várias alternativas
de traçado e a minimização de impactes, quer através de soluções de
engenharia consideradas adequadas (em túnel, aterro, ou viaduto), seja
através da implementação de medidas de minimização de impacte ambiental de
que são meros exemplos:

. Minimização do efeito barreira: consideração de túneis e
viadutos, restabelecimento de vias rodoviárias, enquadramento paisagístico
das obras;

. Atenuação de ruído: barreiras acústicas;

. Protecção de espécies ou ecossistemas: atravessamentos para
a fauna, medidas compensatórias de reflorestação, atravessamento em viaduto;

. Preservação do Património: identificação e acompanhamento
arqueológico.
Não obstante todos os esforços, permanecem impactes residuais do
projecto, devidos em grande parte à ocupação territorial da zona
atravessada, caracterizada por um povoamento denso e disperso, que, no
entanto, estão longe dos impactes que têm vindo a ser divulgados em alguns
órgãos da comunicação social.

A indicação ou referência no EIA a determinada edificação
(habitação), equipamento, património natural ou arqueológico, e
empreendimento turístico, descrito na fase de caracterização do ambiente
potencialmente afectado, tem vindo inapropriadamente a ser considerado como
impacte do projecto. A sua referenciação não significa necessariamente um
impacte directo ou indirecto no mesmo, mas que num corredor alargado de
estudo se identificou a sua existência tendo sido considerada e, sempre que
possível, compatibilizada com as opções de traçado.

A título de exemplo, refere-se que em todo o troço em análise,
cerca de 110km, na solução de traçado que aparentemente melhor serve a
ligação entre Alenquer e Pombal, se prevê que sejam afectadas cerca de 129
edificações de vários tipos, desde casas de habitação a simples barracões,
estimando-se que destas 60% possam corresponder a afectações directas que
impliquem demolições. A informação que tem vindo a ser divulgada
identificava mais de cinco centenas a milhares de habitações directamente
afectadas.

O desenvolvimento do projecto em fase de maior detalhe, fase de
projecto de execução, conduzirá necessariamente à optimização das soluções
propostas conduzindo a uma maior minimização de impactes e consequentemente
à diminuição do numero de processos de expropriação/indemnização ou de
relocalização de actividades económicas.

Tendo em vista a transparência e disponibilizar o maior acesso à
informação, a RAVE disponibiliza no seu site (http://www.rave.pt) um
conjunto de respostas às questões colocadas com mais frequência durante a
fase de consulta pública e que têm sido objecto de discussão na comunicação
social.



Lisboa, 12 de Outubro de 2007

Alcobaça TGV? Nao Obrigado

José Marques Serralheiro


Como cidadão, munícipe e autarca sinto-me obrigado a defender o nosso direito à indignação, de forma pró-activa.

Valdemar Rodrigues, gestor do ambiente da Alta Velocidade Ferroviária (AVF) entre Agosto de 2004 e Abril de 2005, em artigo de opinião publicado no jornal Oeste Online apresenta como uma das justificações para abandonar este projecto a seguinte: “a minha discordância quanto à razoabilidade ambiental e económica da construção de uma linha de AVF entre as cidades de Lisboa e do Porto”.

A ligação ferroviária de alta velocidade entre Lisboa e Porto – Lote C1/ Troço Alenquer (Ota) – Pombal, cuja avaliação de impacte ambiental está em discussão pública, nos traçados apresentados desventra 8 freguesias do concelho de Alcobaça (Benedita, Turquel, Évora de Alcobaça, Prazeres e S. Vicente de Aljubarrota, Cós, Alpedriz e Pataias) num percurso de cerca de 30 km, como se fossemos invadidos por uma toupeira gigante.

Temos consciência que a tarefa de resistir a esta agressão ambiental, patrimonial, cultural, histórica, social e económica é difícil, mas não é impossível.

As conclusões XXII Cimeira Luso – Espanhola, realizada em Badajoz, em 24 e 25 de Novembro de 2006, comprometem o governo português, em termos redes transeuropeias, com as ligações internacionais: Lisboa /Madrid; Porto/ Vigo; Aveiro/Salamanca e Faro/Huelva.

As terras dos monges de Cister e área de implantação do Mosteiro de Alcobaça, património Mundial da Unesco e uma das 7 maravilhas de Portugal sofre um violento sismo, quase tão arrasador como o terramoto de 1775 foi para Lisboa, o qual também abalou o nosso mosteiro.

Thomas Friedman, autor do livro fabuloso "O Mundo é Plano" afirma que é possível florescer neste mundo plano, mas é necessária a imaginação e a motivação certas”, mais adiante escreve “o mundo precisa da geração dos optimistas estratégicos, a geração com mais sonhos que memória, a geração que acorda todas as manhãs e não só imagina que as coisas podem melhorar mas também faz todos os dias qualquer coisa por essa imaginação”.

As novas gerações merecem e precisam da nossa atitude estratégica. O sonho estratégico integrado foi no passado, e continua a ser hoje, aquilo que comanda a vida, as pessoas, empresas, autarquias, regiões e os países. Não existe terceira hipótese ou construímos (inventamos), quotidianamente, o nosso futuro colectivo ou o comprometemos!

As primeiras e principais ligações do TGV: Paris / Lyon (430 km) e Paris / Bruxelas (310 km, velocidade média 221 km/h)) reduziram o tempo de percurso de 4 h / 2h e de 2 e 35m / 1h e 20m, respectivamente (redução de 50% no tempo de percurso).

À boa maneira portuguesa, mais uma vez, queremos aprender com os nossos erros, em vez de aprendermos com os erros dos outros. TGV? Não obrigado!

O tempo do trajecto apresentado para a ligação em TGV: Lisboa/Porto (313 km, velocidade média, 283 km / hora – não praticável, segundo alguns especialistas) é de 1h e 15m (solução: andar com a casa à volta). O Alfa Pendular, sem paragens, actualmente percorre esta distância em cerca de 2h e 15m. Dizem os técnicos que é possível melhorar esta performance em 30 m (solução: enroscar a lâmpada). Ficamos assim, com uma diferença de 30 m. Afinal, se acontecer esta tragédia para as populações de Alcobaça, a montanha irá parir um rato.

Se a velocidade praticada for a que se verifica, actualmente, no percurso: Paris / Bruxelas (221 km / h) o tempo do trajecto passa para 1h e 25 minutos (sem paragens) e 1h e 35 m (com paragens).

A destruição de 8 freguesias de Alcobaça e dezenas de outras está numa questão de minutos, sem evidência de mais-valias para o nosso país. A análise custo – benefício sustentada de forma sistémica em todos os factores e restrições é altamente desfavorável à ligação, por TGV: Lisboa/ Porto.

O Prof. Miguel Bogarim, catedrático de caminhos-de-ferro da Universidade de Corunha, citando o Prof. Ginés de Rus, considera indispensável para que se justifique uma linha de Alta Velocidade procuras superiores, oito a dez milhões de utentes, logo no primeiro ano (in site: http://caminhosferroaltavelocidade.planetaclix.pt)

Aprendi com Peter Drucker (o pai da gestão): “nada é mais inútil do que fazer com eficiência aquilo que não nunca deveria ser feito”.

Como se explica que um projecto, aniquilador da nossa memória individual e colectiva possa destruir sonhos, afectos e memória (estou a lembrar-me das mais de 3000 habitações destruídas e/ou afectadas, condicionando, quotidianamente, de forma directa a qualidade de vida dos seus moradores (mais de 20 000 munícipes, 1/3 da população de Alcobaça).

Em termos de solidariedade municipal podemos afirmar que todos os munícipes e visitantes deste nosso nobre território (terras de Cister) serão afectados e, por isso, obrigados a manifestar a sua indignação, de forma individual e colectiva.

Afinal de contas, o impacto económico negativo do Lote C1 na travessia do concelho de Alcobaça (30 km) pode significar uma perda superior a 360 milhões de euros (edificações, património natural e cultural, tecido económico, equipamentos sociais, empreendimentos turísticos, eco turismo, circulação de pessoas e bens, etc. (desde a decisão final até à conclusão das obras) ou seja, cada munícipe será prejudicado, em valor patrimonial, ambiental e económico em mais de 6000 euros.

Só a desvantagem socio-económica e patrimonial verificada no nosso concelho é superior ao benefício gerado pela ligação Lisboa / Porto, em TGV, nos primeiros 20 anos.

Não devemos ter dúvidas! Com esta solução perde o país e perdemos nós.

Desejo o maior sucesso e a melhor sorte na defesa desta causa aos alcobacenses. Mas atenção! A sorte dá muito trabalho. Bom trabalho!

Termino por render homenagem aos digníssimos Presidentes de Juntas destas 8 freguesias, pela irreverência e o inconformismo militantes que têm manifestado, ao serviço da garantia da manutenção da qualidade de vida qualidade dos seus fregueses. Bem-hajam, por tudo. Acreditem! Porque a razoabilidade técnica e as razões sociais, culturais, etnográficas, patrimoniais, económicas e ambientais estão do vosso e do nosso lado.

Caius Julius Caesar, (110 – 44 a C) relatava: “Há nos confins da Ibéria um povo que nem governa nem se deixa governar”. Será este o nosso desígnio? Penso que não, depende de todos, e de cada um de nós.

Benedita e Turquel prometem nao baixar os braços

Populações de Benedita e Turquel formalizaram contestação ao TGV com preenchimento de 2600 impressos
Os presidentes das Juntas de Freguesia de Benedita e Turquel entregaram na sede da Agência Portuguesa do Ambiente cerca de 2600 fichas de participação na Consulta Pública da Avaliação de Impacte Ambiental da ligação ferroviária de Alta Velocidade entre Alenquer (Ota) e Pombal.

Maria José Filipe, da Benedita, levava consigo 1783 impressos e diz ter “feito questão de entregar os impressos em mão e de uma só vez”, uma atitude tomada “por respeito e em defesa dos interesses da população beneditense”.

A entrega dos impressos foi feita no último dia do período de Consulta Pública do projecto, 9 de Outubro, e para a presidente da Junta da Benedita “o número de fichas de participação é revelador da recusa do TGV praticamente generalizada na população, principalmente tendo em conta que as pessoas nem sempre querem formalizar as suas opiniões”. Foi, por isso, “mais um importante passo numa luta onde prometemos não baixar os braços”.

Já José Diogo, de Turquel, entregou mais de 800 fichas de participação e garante que esta luta é “para continuar”, uma vez que “não podemos dizer que este assunto está resolvido por agora”. O autarca deixa ainda um alerta. “A partir de Janeiro [de 2008], haverá reserva na construção” nas zonas que poderão vir a ser pela passagem do TGV. “Isto não é progresso. Isto é um travão ao desenvolvimento”, aponta.

Esta é uma opinião partilhada pelo Movimento Anti-TGV no Concelho de Alcobaça que, depois da manifestação do passado dia 4 de Outubro, promete “manter acesa a luta contra a passagem do comboio de alta velocidade na Benedita, que seria absolutamente devastadora”. Pondo de parte a realização de uma nova manifestação, o Movimento, na voz de Eliseu Pimenta, promete “mais acções de contestação para breve, desta feita talvez em articulação com algumas empresas da freguesia”.

Para já, o Movimento está aberto a sugestões e colaborações de todos quantos se queiram unir contra a passagem do TGV a Oeste da Serra dos Candeeiros, traçados que consideram “ser absolutamente devastadores”, disponibilizando para isso o endereço electrónico tgvnunca@gmail.com.

Oesteonline
Joana Fialho
20/10/2007

sábado, 20 de outubro de 2007

Terror na Grande Vila (TGV)

Os traçados para o TGV (Train Grand Vitesse) propostos pela RAVE (Rede Ferroviária de Alta Velocidade) para passar pelo Concelho de Alcobaça estão a causar preocupação a toda a população, com destaque para a Benedita onde as alternativas passam por um traçado junto à Serra dos Candeeiros, cortando a meio a ALE (Área de Localização Empresarial da Benedita), arrasando com edificações em várias zonas, como Charneca do Casal do Guerra, Casal do Guerra, etc., e outro mais a Oeste, dividindo por completo a freguesia, desde o Ninho De Águia, Moita do Gavião, Casal da Pequena, Taveiro, Candeeiros, Freires, etc…
Será fácil concluir que o TGV ("Terror a Grande Velocidade") idealizado pela RAVE ("Realmente Andamos VEsgos") contrariará definitivamente tudo aquilo que a Benedita conquistou com a força do seu trabalho, das suas iniciativas, da sua audácia empresarial e, essencialmente, dos seus sonhos: para uns as suas casas, para outros as suas empresas.
Será fácil perceber as dificuldades que se tem tido para construir nas áreas junto do Parque Natural, os problemas que têm sido encontradas para alterar o PDM, as dificuldades para avançar com a ALE; no entanto, é difícil entender a passividade e os lobbies existentes em torno da construção de um TGV (“Traçado Grosseiro e Vergonhoso”), cujo impacto na passagem pelo concelho de Alcobaça causará a destruição de 1427 edifícios, 5 áreas de património natural, 4 zonas de património cultural e a nível económico influenciará pedreiras, areeiros, barreiros, explorações agro-pecuárias, empreendimentos turísticos, igrejas, escolas, etc. - como se a Benedita fosse um local ermo e o Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros não existisse.
No passado dia 4 de Outubro, as populações da Benedita e de Turquel tomaram a iniciativa de efectuar uma manifestação contra este projecto encabeçado pela RAVE (“Reparem que Aqui Vive-se e Empreende-se”), mostrando claramente que estão interessadas e activas, além de indignadas, levando todos a acreditar que estão vivas e que vão continuar unidas para defender esta terra e os seus lares, no fundo a sua vida, de uma imposição do actual governo PS (Partido Socialista) na Assembleia Municipal - que foi histórica face aos mais de 450 munícipes presentes - e onde se manifestou clara a posição dos deputados do PS (“Preparem-se para Sair”), ou seja, a camisola partidária está muito difícil de despir.
Não quero deixar de destacar a lição de civismo, educação e lealdade dada pelos que integraram a manifestação contra os traçados do TGV, foi um exemplo para todo o país, foi a imagem das gentes da nossa terra.